Na cabeceira




Livro de cabeceira


Certa do amanhã comunista eu não apodreço
para fazer um novo pão
Me junto a farinha, ao óleo e ao fermento.

Cruzo estradas estranhas na banha da insatisfação
soluços...
Medo da escuridão!

Encontrei o cumpadi tecendo um nó de seda
é pra montar a manta de amor pra cumadi
Eita trabalheira

Andei, andei e me encontrei pirracenta
nos vales das inconstâncias dos desejos sexuais
talhei a primeira ribanceira

Não escorrego na descida das trombas do senhor do céu
ai como ele me provoca
Me deixa doida, como meretriz de véu

Estudo incansada e me sinto passando pela segunda ribanceira
Eita segura essa moça...
Ela sempre chora lendo livros na cabeceira

Faço mil e umas estribeiras
Mas eu sei que esse dia me garante
Uma nova certeza:

Das comunas socialistas
Lupem e coisas de ciencia
Mas com a razão aflorada
De uma nação dignamente brasileira!


Matilda Serpente
07/07/2009

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