Ah essa nova GERAÇÃO DE MULHERES!




Acreditava nas causas firmes e fortes das feministas do partido, até jurava que nunca entenderia as crises as quais elas sempre enfrentavam (e enfrentam), me julgava fraca de intelecto. Em certa ocasião, até me empolguei para uma atuação mais consistente na área, afinal... Que faz uma jovem comunista fora de uma organização classista (rs, de mulheres)? Deveras eu seguiria essa tendência, se não fosse à louca vontade de me tornar mãe.
Depois, li sobre o sentimento de maternidade e a princípio bastavam-me às informações biológicas dadas por argumentos políticos e contextos históricos de algumas correntes de pensamentos, mas acabei por enfrentar uma série de questionamentos e autocríticas frente a um espelho de indagações de uma vida prática, cheia de amparo e observância aos resultados da vida da minha própria mãe. Então, recuei. Constatei pouca eficiência naquelas ações e, evidentemente me arrependi diante de tudo que vejo hoje! E estou encantada com tanta resistência.
É muito difícil explicar nossas abstrações filosóficas, falar de nossos infernos e de nossos paraísos, eu me sinto exatamente assim: CULPADA! Sempre me sinto culpada por um sentimento ou outro, por uma forma de enxergar diferente e não concordar com uma visão “radical” demais sobre o gênero feminino. Talvez, ainda desinformada, não que eu queira, mas essa catarse me conforta e transporta a um labirinto de ideias que vão desenhando esboços, projetos e realizações mais harmônicas. Fui encontrando respostas, amizades, carinhos e divãs, e então encontrei Sartre e um pouco de sintonia.
Concordo que “o inferno são os outros”, projetamos demais nos outros a nossa própria realização e aguardamos deles algo que amenize o vazio que nos habita. Creio que “nunca se é MULHER enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposta a morrer”, mas também sou vítima de meu passado de violência domestica absurda, de ataques ao meu corpo, ao meu orgulho e desejos de criança, adolescente e mulher e, detesto todo esse estado de espírito porque “detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos”. E eu entendo meus pais e meu país que cria homens tão leigos, opressores, frágeis e sendo assim estupradores, usurpadores e violentos.
No entanto, ao que me parece nós mulheres de qualquer maneira ainda saímos ganhando porque “a violência, seja qual for à maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”, no fim do labirinto eu sempre tenho uma boa resposta e certamente você que esta lendo deve sentir o mesmo. Estamos em busca de purificação contra uma representação mais árdua da nossa própria alma e confesso que preciso mais de filosofia feminista, é difícil, mas sigo algumas no instagram.
Contudo, venho á plateia experimentar diversas emoções, me libertar, superar traumas, opressões, perturbações, resgatar memórias que provocaram esses traumas, denunciar seus gestores que tentam esconder e nos fazer esquecer seus crimes, suas drogas de soluções e curas que vivem banindo pessoas de seus meios e sonhos, afinal “direito adquirido é direito conquistado” e todo mundo que está lúcida sabe de suas conquistas.
Para tanto, tarefa dada NÃO é tarefa cumprida! Mas isso falo novamente abaixo, porque direito adquirido não se vende e aaah essa nova geração de mulheres... Vão dar muito mais o que falar. Confio muito em nós!  

Beijãooo da Tá!

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